Como saber se a cultura organizacional favorece o aprendizado autodirigido dos colaboradores?
Existem colegas disponíveis e solícitos quando eu quero/preciso aprender algo com elas?
Existe o hábito de apreciar uns aos outros frequentemente, mesmo nas “pequenas” coisas? (um ambiente apreciativo é diretamente relacionado à nossa capacidade de pensar melhor)
As diferentes áreas da empresa/unidades de negócio conversam entre si? (em vez de serem isoladas umas das outras)
O acesso a sites como Google, Youtube e redes sociais (incluindo Whatsapp) é aberto? (tentativas de bloqueio quase nunca funcionam e, pior, criam um clima de controle e desconfiança)
As lideranças dão o exemplo, aprendendo de maneira autodirigida, sendo humildes e compartilhando “em voz alta” seus aprendizados?
Existem estratégias de reconhecimento ao aprendizado autodirigido informal? (por meio de oportunidades de compartilhamento estruturadas e badges, por exemplo)
Ao se deparar com a vontade ou a necessidade de aprender/investigar algo, existe uma consciência ampla a respeito das diversas possibilidades de como fazer isso? (para muito além de cursos e treinamentos)
Existe uma consciência disseminada a respeito das crenças de aprendizagem prejudiciais advindas do modelo educacional escolarizado? (por exemplo: “só aprendo se alguém me ensinar”, “inteligência se mede por QI” e “aprender significa apenas consumir conteúdo”)
O ritmo de trabalho e de entregas é equilibrado, de modo a sobrar tempo e energia para o aprendizado intencional e incidental?
É fácil obter informações sobre as habilidades, experiências, conhecimentos, sonhos e interesses de todas as pessoas que trabalham na organização e, a partir disso, se conectar com essas pessoas?
Existe uma narrativa predominante de estímulo à autodireção e ao apoio mútuo? (narrativa = as histórias que são contadas e como são contadas)
Há não apenas tolerância, mas também estímulo explícito à criação e à prototipagem de ideias?
Está disponível às pessoas um ferramental diverso a respeito dos vários caminhos de aprendizado e das diferentes etapas do percurso (exploração e pesquisa, busca de informações, processamento e curadoria, compartilhamento, aplicação etc)?
Existem iniciativas formais (criadas pela organização e/ou pelo RH) com o objetivo de fornecer caminhos e oportunidades de aprendizado autodirigido? (Learning Sprints, Festivais, Desafios e comunidades de aprendizagem, por exemplo)
Existe uma nomenclatura bem difundida a respeito das diversas formas de aprender, como o CEP+R, por exemplo? (tudo que não é nomeado tende a ser pouco nítido)
Existem grupos e comunidades voltadas para o aprendizado em diferentes áreas da organização? Existe estímulo explícito do RH em relação à estruturação e sustentação dessas comunidades, inclusive ajudando a viabilizar um ambiente de troca entre elas?
Há a possibilidade real de as pessoas serem vulneráveis umas com as outras, de forma a manifestarem livremente suas emoções, sendo acolhidas quando fizerem isso?
Existe um cuidado especial no acolhimento aos novos colaboradores (onboarding), para além de “entupi-los” de informações e treinamentos? (é mais importante garantir que os novos colaboradores tenham referências e apoio ao aprender do que tentar ensinar tudo a eles logo quando chegarem)
A relação entre líderes e liderados (quando há essa distinção) é de cumplicidade e aprendizado conjunto, em vez de comando-e-controle?
Os líderes entendem que o seu papel não é desenvolver as pessoas, e sim criar espaços e condições para as pessoas se desenvolverem?
Existe uma compreensão disseminada de que, para além do feedback, o ser humano atinge a excelência a partir de suas perguntas, singularidades e pontos fortes?
As pessoas têm autonomia na resolução de desafios e na criação de novas oportunidades de gerar valor a partir do propósito da organização?
Esse checklist não pretende dar conta da totalidade de aspectos de uma cultura de aprendizagem autodirigida. Mas já é um bom começo para áreas de T&D reverem suas crenças e práticas.
Como você observa a sua organização a partir das perguntas acima? E o que mais você adicionaria à lista?
Obs.: nos dias 31 de março e 1º de abril, vou participar mais uma vez do Festival From Control to Culture, da nōvi, junto de pessoas que admiro muito como Austin Kleon, Conrado Schlochauer e vários outros. É uma oportunidade incrível de aprofundar vários pontos que expus acima. 100% gratuito, online com tradução simultânea. Inscreva-se aqui.
Gostei muito de ler este post de hoje, principalmente porque ele me chegou logo em seguida da minha inscrição no evento da nõvi. Alex, foi através de você que conheci o Conrado e vocês dois cada um na sua entrega amorosa, me ajudaram a perceber que as oportunidades estão novinhas em folha para uma aprendiz autodirigida e sonhadora. "Aprendendo em Voz Alta" que bom! Gratidão desde o MoL na esquina de 2020 até agora e amanhã também!