O cantinho da ansiedade
Mês passado, estive em uma acampamento de aprendizagem ágil na natureza. (Obrigado, ALC Nature!)
Durante 6 dias, toda a internet a que tínhamos acesso estava concentrada em um chalé no alto de um morro.
Não demorou muito para que esse lugar fosse apelidado de “cantinho da ansiedade”.
Era visível a diferença: se estávamos em qualquer outro lugar que não o cantinho, nossos níveis de presença, fruição da experiência e disponibilidade para se conectar com as outras pessoas eram maiores.
Às vezes, só de pensar em ir no cantinho as batidas do meu coração já aceleravam, pois eu sabia que uma enxurrada de mensagens, notificações e afazeres estava me esperando.
Por outro lado, ter a opção de ir no cantinho e acessar o “mundo exterior” era bom. Talvez alguns de nós ficaríamos mais ansiosos, e não menos, se fosse impossível resolver coisas pela internet ao longo de todo o acampamento.
A questão é que, no mundo pós-digital, a escolha de se estar conectado à internet deixou de ser “opt-in” e se tornou “opt-out”. O padrão é se manter conectado o tempo todo.
Em outras palavras: todo lugar agora é um cantinho da ansiedade.
E, embora eu e você possamos colocar o celular no modo avião e desligar o wifi do computador a qualquer momento, quantos de nós de fato fazemos isso intencionalmente?
A partir do momento em que a internet se tornou uma escolha opt-out, ela também se tornou onipresente em nossas vidas.
O que ganhamos e o que perdemos com isso?
Obs. 1: amanhã (10/08), de 10h às 12h, vai rolar o encontro Amar & Aprender, fruto da collab entre eu, o Instituto Amuta e a nōvi. Vamos lançar um relatório sobre aprendizagem pela lente das relações lá. Bora? Inscreva-se gratuitamente aqui.
Obs. 2: na quinta (11/08), às 13h, vou participar de uma conversa ao vivo com meu amigo @eddyaugusto no Instagram. A ideia é papear sobre aprendizagem autodirigida, colaboração, comunidades e outros assuntos que nos unem. Para acompanhar, é só entrar na live no meu IG ou no dele nesse dia e horário. Fica o meu convite :)