Craig Wright passou duas décadas estudando a vida de pessoas consideradas “geniais”.
Sua definição de gênio é interessante, pois vai além de inteligência ou mesmo criatividade.
Para ele, ser um gênio é causar um impacto transformador e duradouro na vida de muitas pessoas. E não precisa ser só na ciência – Lady Gaga, por exemplo, é um dos exemplos citados por ele.
Encontrar algo que te fascina, trabalhar duro nisso e combinar insights de áreas do conhecimento diferentes são alguns padrões de comportamento dos gênios, na visão de Wright.
O problema é que, com alguma frequência, pessoas geniais se tornam tão obcecadas e ambiciosas que acabam se convertendo em péssimos seres humanos.
Ao ler uma entrevista de Craig Wright para a BBC, fiquei com vontade de ler o livro dele, Os hábitos secretos dos gênios, apesar do título marqueteiro.
Penso, porém, que minha ideia de genialidade talvez siga por um caminho um pouco diferente da dele.
Eu adoro a frase de John Taylor Gatto, “genialidade é tão comum quanto terra”. A partir dela, é possível fazer uma operação muito importante: a dessacralização dos gênios.
Eu não gosto de pensar na genialidade como uma característica restrita a poucos “escolhidos”. Também não gosto de pensá-la como algo que necessariamente signifique um impacto gigantesco na vida de uma grande quantidade de pessoas.
Prefiro pensar em atos geniais. Atos geniais de pessoas que não precisam ser gênios, mas que, a depender do tipo de olhar que recebem, passam a ser.
Um ato genial é quando alguém se expressa a partir de sua potência única. É quando você sente o gosto úmido do entusiasmo brotando em suas criações, podendo ou não compartilhá-las com o mundo.
O ato genial é quando a flor desabrocha em vez de ser a flor em si. É processo mais do que resultado. Pode ser pequeno e, mesmo assim, não deixa de ser grandioso.
Como criar solo fértil para atos geniais?
Amei seu texto e tenho uma dúvida: Como criar solo fértil para atos geniais?
Amo seus textos!!! Por falar em genialidade, que genial reconhecer o simples e o cotidiano como parte das coisas geniais. Costumo sempre dizer para mim e para minha equipe que o gênio é aquele que faz o óbvio justamente para valorizarmos coisas simples mas que são realmente geniais como olhar nos olhos de alguém quando conversamos com ela, por exemplo. Simples, mas com impacto genial na qualidade da conexão que será construída com certeza.