Um dos problemas no campo da aprendizagem é a criação de métodos e conhecimentos complicados demais que ninguém se lembra depois.
Eu mesmo já caí nessa armadilha algumas vezes.
Se ninguém se lembra, ninguém usa. E, se ninguém usa, aquele método sofisticado e nada são a mesma coisa.
É por isso que eu gosto tanto do CEP+R: pela sua simplicidade.
CEP+R significa Conteúdos, Experiências, Pessoas e Redes. Por meio dessas quatro fontes, você é capaz de aprender qualquer coisa.
Conteúdos = livros, vídeos, podcasts, artigos etc.
Experiências = práticas, desafios, cursos, viagens, pesquisas de campo etc.
Pessoas = amigos, especialistas, mentores, colegas de trabalho etc.
Redes = grupos, comunidades, times de trabalho, redes colaborativas etc.
Eu criei o CEP+R junto com meu amigo Conrado Schlochauer alguns anos atrás. E, desde então, eu percebo que ele é um dos poucos métodos que as pessoas realmente usam na hora de aprender.
Comigo não é diferente. Ano passado, eu usei o CEP+R para fazer uma curadoria das principais coisas que me ajudaram a aprofundar no tema aprendizagem autodirigida.
Foi um baita jeito de organizar e extrair sentido da minha própria jornada.
Por isso, hoje eu quero compartilhar com você dois conteúdos gratuitos sobre o CEP+R.
O primeiro é um vídeo de uma entrevista que eu fiz com o Conrado. Essa é uma das conversas que eu gravei para o A2.
Dentre outros assuntos, nós falamos sobre:
Por que o CEP+R se tornou algo importante para as pessoas?
Como nós usamos o CEP+R no nosso próprio aprendizado?
Principais dicas relacionadas a Conteúdos
Principais dicas relacionadas a Experiências
Principais dicas relacionadas a Pessoas
Principais dicas relacionadas a Redes
O que falta no CEP+R?
Indicações de Cs, Es, Ps e Rs sobre aprendizagem autodirigida
Lembretes e recomendações importantes
Se você quiser saber mais sobre um dos principais métodos que utilizamos para aprender, eu sugiro muito que você assista à entrevista. É só clicar abaixo.
O segundo conteúdo é um infográfico sobre o CEP+R. A ideia é que você consiga enxergar, de forma bem visual, os vários tipos e estratégias para acessar Conteúdos, Experiências, Pessoas e Redes.
Você pode baixar o infográfico em formato PDF clicando aqui. No PDF, todos os itens sublinhados dentro da parte de Conteúdos são clicáveis.
Talvez você esteja se perguntando o que são os itens dentro da parte de Experiências. Abaixo, eu explico melhor:
Experiências afetivas: são experiências que nos atravessam emocionalmente e que, se elaboradas, guardam um grande potencial de aprendizado. Ter vivido o Caminho do Sertão – uma caminhada de 160 km em 7 dias pelo sertão do Brasil – foi uma dessas experiências, pra mim.
Experiências interativas: trocas de experiências, conversas e outros tipos de interação das quais você pode participar ou até mesmo criar com outras pessoas. Conferências, congressos, eventos, encontros e conversas informais são alguns exemplos.
Desafios: situações reais de aprendizado que nos tiram da zona de conforto e que têm a possibilidade de alargarem nossos limites. Na minha trajetória, a primeira conversa em inglês que tive com um nativo é um exemplo de desafio.
Experiências investigativas: experiências de observação e pesquisa vivencial como visitas técnicas, pesquisas de campo, viagens com a intenção de conhecer espaços e iniciativas inspiradoras etc. No comunidade de novas economias da Multiversidade, organizávamos idas a campo para conhecer projetos como o Instituto Favela da Paz, em São Paulo, por exemplo.
Experiências de autoconhecimento: momentos de reconexão consigo mesmo e de aprendizado profundo sobre si. O término de um casamento em 2018, apesar de doloroso, foi uma importante experiência de autoconhecimento na minha biografia.
Experiências práticas: são momentos em que você aprende executando algo e, assim, testa seus conhecimentos no mundo real. Estágios, voluntariado e participação em projetos também entram aqui.
E talvez também você esteja se perguntando o que é o Pé de Galinha dentro do P de Pessoas.
Essa ideia consiste em pedir à pessoa no final de uma conversa de aprendizado para te indicar outras 3 pessoas com as quais você poderia aprender mais sobre o seu tema de interesse. Idealmente, você pode pedir a ela para fazer a ponte entre você e as pessoas indicadas (por e-mail geralmente costuma funcionar bem). Isso aumentará as chances de você conseguir de fato acessá-las.
(Eu usei muito o Pé de Galinha na época do meu doutorado informal, e frequentemente ainda uso)
Por fim, talvez você esteja se perguntando em quais situações é possível utilizar o CEP+R. Algumas sugestões são:
Toda vez que você for começar um novo percurso de aprendizagem, mapeie os Conteúdos, Experiências, Pessoas e Redes que te interessam. Depois, priorize os mais importantes
Vá atualizando esse mapa sempre que encontrar novas fontes. Uma dica é fazer isso no seu commonplace book
Assim como eu fiz, você pode criar uma curadoria a partir do CEP+R para organizar um conjunto de fontes sobre determinado assunto (muito melhor do que “referências bibliográficas”)
No fundo, o CEP+R é uma nova lente através da qual podemos enxergar nosso aprendizado. Uma lente que vai muito além do conteúdo
No A2, nós vamos aprofundar mais em como utilizar o CEP+R para dar concretude a percursos de aprendizagem autodirigida, passando por dicas, histórias reais de quem já utiliza e ferramentas específicas.
Fique totalmente à vontade para compartilhar esses materiais com quem você quiser. Meu interesse é que esse conhecimento alcance o máximo possível de pessoas.
E depois me conta como você usa o CEP+R na sua vida. É só responder a este e-mail.
Obs.: 1: na próxima segunda às 19h30, teremos o encontro ao vivo O que é e o que não é aprendizagem autodirigida + 6 armadilhas comuns. Participando apenas desta live, você já vai conseguir começar a sua trajetória como aprendiz autodirigido evitando erros que muitos cometem (e ainda vamos ter a presença especial da minha grande amiga e aprendiz autodirigida Isadora Martins). Coloca na agenda pra não esquecer!
Link da sala: https://bit.ly/oqueeaprendizagem
Senha de acesso: a2
Obs. 2: cursos, na verdade, são CEP+Rs selecionados e organizados previamente. Ou seja, através do CEP+R, você consegue “hackear” qualquer curso...
Obs. 3: cada uma das quatro fontes do CEP+R pode nos levar a descobrir outras fontes de qualquer um dos tipos. Ou seja, um conteúdo pode nos apresentar novos conteúdos, experiências, pessoas e redes. Uma experiência, idem. E assim por diante, pois cada fonte é um microcosmo de todas as outras. Aprender a aprender é um processo infinito. E o CEP+R é o “motor” dessa jornada.
Amigo querido !!!! A grande conclusão que chego com esse compartilhamento e de que adoroooo a maneira simples (sem ser simplista), objetiva (sem ser rasa) , consistente ( sem ser pesadamente teórica) que vc trata tudo que fala e escreve. Obrigada por organizar as ideias e nos deixar beber delas. Bjsss. Saudades