É claro que desistir precisa ser uma opção. Se não for, você acaba de criar uma prisão para você mesmo.
É o que muitos desses discursos de autoajuda, gestão, empreendedorismo, fitness e etc fazem.
No limite, isso não passa de mais uma crença escolarizante.
Desde muito cedo, fomos socializados a “não desistir”: no treino de karatê, no inglês, no dever de matemática e na própria permanência na escola (ou em qualquer outro espaço educacional formal).
Em uma camada mais profunda, o que se ouve é: “você será um fraco, inadequado, incapaz se desistir agora”.
Num lugar mais fundo ainda: “você não será aceito”.
Isso dói.
Dói tanto que muitos de nós ficamos fugindo das “desistências” a vida toda.
Mesmo que isso nos custe a nossa saúde, liberdade e autenticidade.
Mesmo que isso nos custe saborear a própria vida.
Mesmo que isso nos custe a descoberta de outros caminhos muito mais significativos.
Que o desistir possa ser enxergado como aquilo que realmente é – simplesmente mudar de rota.
Algo saudável, viável, potencialmente nutritivo. E humano.
Obs.: estou lendo o livro Why Greatness Cannot Be Planned, dos especialistas em inteligência artificial Kenneth Stanley e Joel Lehman. Nele, percebi que o buraco é mais embaixo – o culto do “desistir não é uma opção” é uma das faces da nossa cultura obcecada por objetivos.
Ahh Alex!! O seu aprendizado em voz alta me alcança com uma potência tão linda! Obrigada por ser você pra mim. <3