Quando temos o poder de obrigar o outro a fazer alguma coisa, até mesmo a convocação mais tola, seca e sem graça acaba sendo atendida.
Nesse cenário, não precisamos aprender a fazer convites encantadores e significativos. O comando-e-controle já faz o trabalho.
No entanto, quando o mantra “tudo é convite” é rigorosamente seguido, ou melhoramos nossos convites, ou nunca conseguiremos a adesão do outro.
Eu me peguei pensando nisso ao convidar os participantes do MoL Academy para lerem o capítulo 3 do livro Educação Democrática: o começo de uma história, do Yaacov Hecht.
Como tornar um convite para uma leitura algo saboroso, genuíno, quase que reluzente?
Aqui vai o que escrevi:
Ter lido esse capítulo mudou a minha vida, real. O Yaacov é um dos educadores vivos que mais admiro no mundo, e nesse texto ele estrutura uma visão incrível sobre o que acontece quando aprendemos de maneira autodirigida. Ele usa termos um pouco diferentes ("aprendizagem pluralista", por exemplo), mas a base é praticamente a mesma.
É lindo, encantador, entusiasmante, vivo... Vale a pena demais.
Dava pra ter sido melhor. Eu poderia ter mencionado o fato do Yaacov ser disléxico e que publicar esse livro foi uma grande conquista na vida dele.
Eu poderia ter falado sobre como ele é um mestre ao utilizar metáforas e ao contar histórias, e também como ele se insere na própria escrita sem medo de revelar detalhes sobre si – o que nos aproxima dele.
Na faculdade, eu lembro que praticamente todos os conteúdos indicados pelos professores vinham em uma lista de referências chata, fria e formatada segundo a ABNT.
É claro – eles tinham poder sobre nós.
Desobrigar demanda aprender a convidar.
Obs.: faz tempo que eu recebo o Marmitex, uma newsletter semanal com uma curadoria incrível de livros, filmes, links e notícias feita pelo meu amigo Paulo Emediato. Recomendo muito! Link para assinar aqui.
É isso Alex, ao escrever sobre, você desperta a curiosidade... temos muito a aprender sobre convites.
Você é tão maravilhoso, Alex!