Uma vida humana, se vivida bastante, tem por volta de 4.000 semanas.
(Visualizando essas semanas numa tabela, fica mais ou menos assim)
4.000 pode parecer muito, mas não é. E a principal questão é que, mesmo sabendo da finitude da vida, nós agimos como se ela fosse eterna.
Quando Eugene O’Kelly, ex-CEO da KPMG, foi diagnosticado com um câncer terminal no cérebro, ele foi sacudido pela finitude.
3 meses de vida, com sorte.
E o que ele fez? A partir de 5 círculos concêntricos, Eugene criou um mapa das relações que mais importavam para ele, das menos profundas às mais profundas.
E, com esse mapa debaixo do braço, começou a criar Momentos Perfeitos com as pessoas mais importantes da sua vida, desde e-mails dizendo Aquilo Que É Difícil Mas Imprescindível Dizer até viagens de conexão com a família.
A percepção da finitude muda tudo.
É claro que a grande maioria de nós não sente a vida se esvaindo por conta de uma doença terminal. Que bom.
Ainda assim, talvez possamos utilizar a percepção da finitude para dar mais vida às nossas intenções.
Scott Young, um cara que vale a pena conhecer, organiza sua vida em projetos. Um projeto é, basicamente, um conjunto de ações organizadas em torno da percepção de finitude. Início, meio e fim.
O fim já é previsto no início. Não é pra sempre e não é pra ser.
Em um artigo recente, ele dá mais detalhes sobre como são esses projetos.
(Spoiler: projetos, nessa visão, não são definidos a partir de uma meta)
No A2, eu acabei chegando em um modelo semelhante com a ideia de Momentos e Jornadas. Essas duas estruturas nos ajudam a concatenar diferentes experiências de aprendizado em um todo coerente. Um todo com início, meio e fim.
A percepção da finitude também afeta um outro campo: as relações humanas. Cada uma das nossas relações tem data pra acabar. E isso não é ruim.
Quantos abraços você daria, quais palavras finalmente sairiam da sua boca, qual experiência você estaria disposto a criar, o que o seu corpo diria se você encarasse a finitude nua e crua das suas relações?
Toda vez que nos deparamos com uma limitação – especialmente de tempo –, tudo fica mais intenso.
Por definição, uma festa não pode durar pra sempre. O primeiro date não pode durar pra sempre. Um livro não pode ser escrito pra sempre. Um filme não pode ser assistido pela primeira vez pra sempre.
É preciso não apenas fazer as pazes com a finitude, não apenas abraçá-la com todo o amor, mas também utilizá-la como ferramenta, como tempero, porque com ela tudo fica mais saboroso.
Como seria uma vida organizada em torno da corajosa e amorosa percepção da finitude?
Obs.: a história de Eugene O’Kelly é contada no livro O Poder dos Momentos, que eu recomendo bastante.
Amei a reflexao!!! Mtoo obrigada! As referencias tb sao otimas!