🪂 Como construir futuros porosos – uma das ideias do metadesign mais poderosas que já ouvi
Deixa eu compartilhar com você uma ideia sobre metadesign que um amigo me contou e que me deixou boquiaberto.
Na verdade, só depois eu percebi que essa ideia vai muito além do que estávamos falando e se aplica a quase tudo que intencionamos fazer na vida.
Vamos supor que você é reitor ou reitora de uma universidade e, no campus, há um gramado 🌿
Você tem uma verba para construir coisas e pensa em utilizá-la para criar algo nesse local.
Como você faz? Já constrói hermeticamente alguma coisa lá – uma biblioteca, uma galeria de arte, um espaço de lazer?
Ou começa a perceber como as pessoas estudantes estão se relacionando com aquele gramado (e como gostariam de se relacionar) e, a partir disso, constrói coisas um pouco menos pretensiosas – e mais porosas e permeáveis ao que emerge?
Se você preferiu a segunda opção, parabéns, você já está pensando como um(a) metadesigner 🖐🏾
É porque assim: nossa arquitetura (literal e metaforicamente falando) é muito pesada.
Tijolo, concreto, cimento.
Outras culturas constroem de um jeito muito mais arejado e artesanal, com materiais mais leves.
Quanto mais leve, maior tende a ser a absorção sonora. Quanto mais pesado, maior o isolamento acústico.
Ou seja: se você pesar a mão demais, vai acabar criando algo totalmente desplugado do exterior, do real, do emergente.
🔕 Não vai ouvir os sons externos, somente as elucubrações de dentro.
Se pesarmos a mão em nossas construções, as pessoas se sentirão controladas, e ninguém gosta de ser controlade.
É por isso que a pessoa metadesigner é quem entendeu que deve “ativar mais do que determinar” (aprendi com o Caio Vassão).
Até porque, se estamos falando de pessoas, estamos falando de complexidade, e o complexo não é determinável.
Mas, veja: isso não é só sobre metadesign.
É sobre a vida também.
Pesar muito a mão nas suas maneiras de talhar o futuro não é inteligente.
Se você souber demais o que procura, pode ser que não seja encontrado pelo que te procura.
O futuro é mais taipa que cimento.
Obs.: agradeço ao meu querido amigo André Camargo por ter compartilhado comigo sua visão sobre o metadesign, e ao Caio Vassão por já ter desenvolvido um tanto de coisas incríveis nesse tema.
"O futuro é mais taipa que cimento." vou compartilhar a citação, adorei!
Obrigada por compartilhar, Alex! Essa reflexão chegou em momento oportuno!