Tudo está em tudo
Através de um tijolo, ler o mundo.
Quem fabricou o tijolo? Ele é feito de quê? Quem produziu as matérias-primas? Por quanto foi vendido? O que é dinheiro? O que é lucro? Como funciona o sistema social que permite o lucro? Quem é o dono da fábrica? Em que cidade o tijolo foi feito? Quais as diferenças entre essa cidade e a minha? Quais as semelhanças? O tijolo é útil pra quê? Quais outras tecnologias são necessárias para o tijolo cumprir sua função? O que é tecnologia? Qual é a história das tecnologias? Qual é a história dos seres humanos? O que é um ser humano?
O tijolo, assim como qualquer objeto, sujeito ou história, é uma janela de onde podemos enxergar todo o restante do mundo.
A cada objeto, sujeito ou história, é possível fazer perguntas, perspectivar, adicionar novos contextos. E, com isso, ir construindo conhecimentos plurais sobre tudo que existe, uma relação por vez.
Tudo está conectado. Todas as coisas existem dentro de uma complexa teia de relações – inclusive a relação entre a coisa e quem a vê.
Quanto mais você enxerga os conjuntos de relações entre as coisas, mais complexa é a sua visão de mundo. E uma visão de mundo complexa faz de você uma pessoa mais resiliente, criativa e empática.
Adotar uma história ou perspectiva única é a pior coisa para quem quer complexificar suas visões, pois isso cristaliza o pensamento.
E o pensamento cristalizado faz com que você congele 99% da teia de relações em favor de apenas um único conjunto de explicações “verdadeiras”.