Flying Squads: como dissolver uma das últimas fronteiras da autodireção
Antes do post de hoje, tenho dois convites muito especiais:
1. HOJE (segunda, 21/02) às 19h vou participar de uma live gratuita com a Marcelle Xavier sobre Como criar uma comunidade de aprendizagem do zero. A live faz parte do lançamento da nova turma do curso Design de Conexões, do Instituto Amuta, que está com inscrições abertas até amanhã – e que eu recomendo MUITO! A live será pelo IG do Amuta (instituto_amuta) e a página com todas as infos do curso pode ser acessada aqui.
2. AMANHÃ (terça, 22/02) estarei em mais uma live gratuita, desta vez com a Open Learning School – uma nova rede de escolas inovadoras luso-brasileira cofundada pelo José Pacheco. Eles me convidaram para conversar sobre A desconstrução do ensino tradicional, e o papo será às 12h, horário do Brasil, e às 15h, horário de Portugal, no perfil de IG oplschoolbrasil.
Adoraria muito ter sua companhia nesses dois momentos. Bora lá?
Muitas escolas e centros de aprendizagem pautados a partir do aprendizado autodirigido – sem salas de aula, matérias ou provas – ainda se veem presos a uma outra premissa do modelo tradicional: a separação de lugares “de criança” e lugares “de adulto”.
A partir disso, opera-se um consequente confinamento das crianças em espaços “pedagógicos”, playgrounds, viagens escolares, colônias de férias ou equivalentes.
Um projeto nos Estados Unidos propõe desafiar essa lógica. O Flying Squads (Esquadrões Voadores, em tradução livre) é um coletivo já presente em várias cidades norte-americanas que fornece uma estrutura mínima para que os mais jovens explorem os diversos espaços da sua própria localidade – de maneira autodirigida.
“Ao contrário de excursões escolares, os grupos no Flying Squads não têm um destino predeterminado: em vez disso, as crianças praticam as habilidades cruciais de decidir juntos para onde ir e como querem investir seu tempo. Cada dia começa em um espaço público (normalmente uma biblioteca) documentando e refletindo sobre o dia anterior em um diário comum. O grupo então parte para o mundo a fim de explorar interesses comuns, experimentando como construir comunidade e decidindo como expressar questões relacionadas ao dilema social de ser jovem em uma cidade construída para adultos”.
“Ao optarem intencionalmente por não usar um espaço de aprendizagem ou ter materiais predeterminados, os participantes do Flying Squads aprendem o importante valor de abolir essas distinções à medida que as crianças e os jovens envolvidos interagem regularmente com o mundo real, conquistando um espaço para si mesmos em sua cidade”.
É preciso eliminar as barreiras espaciais para o aprendizado das crianças de uma vez por todas.
Lugar de criança não é só na escola, é onde ela quiser aprender. Projetos como o Flying Squads nos apontam o caminho.
Obs.: no Brasil, também existem muitas iniciativas na mesma “pegada”: CPCD (do Tião Rocha), Cidade Escola Aprendiz e Bairro Educador Heliópolis em São Paulo e por aí vai. Vale dar um Google.