Como aplicar a aprendizagem autodirigida ao dar um treinamento, aula ou curso tradicional?
Esta é uma pergunta que eu ouço bastante.
E eu entendo o motivo: muitos educadores, consultores, facilitadores e líderes frequentemente não se veem com o grau de liberdade necessário para transformar totalmente os contextos educacionais em que atuam.
As burocracias, hierarquias, autoritarismos e chatices institucionais podem acabar minando o sonho de se criar ambientes vibrantes de aprendizagem autodirigida.
A cultura hegemônica sabe como se autopreservar. São os “anticorpos” organizacionais.
Nesse cenário, a gente precisa aprender “táticas de guerrilha” para sermos capazes de lutar uma guerra que já nasce desequilibrada.
Algumas dessas táticas (que eu também chamo de artefatos) são:
“Guarda-chuva” temático
Consentimento explicitado
CEP+R
Show-and-tell
Portal
Feira de projetos
Diálogo silencioso
“Todos podem fazer convites” (ou um Convite Abridor de Convites)
Todas as 5 arquiteturas: Pedidos e Ofertas, Jornadas Individuais em Comunidade, Grupos de Estudo/Prática, Sozinho/Junto e Festivais e Desafios
Buddies
Challenge buddies
Embaixadores
Comunidades pop-up (imersões, retiros etc)
Expedições/pesquisa de campo/viagens
Voluntariado
Dispositivos de criação coletiva de cultura intencional (Quadro de Maestria Comunitária e Quadro Criando o Jogo, por exemplo, ambos da rede de ALCs)
Momentos memoráveis (O Facilitador Invisível, por exemplo)
Learning Pods
“Lemas” simbólicos, como o “se joga que aqui tem rede”, por exemplo
Badges
Utilizando essas táticas – e tantas outras mais, já existentes e que ainda podem ser criadas –, é possível ir pouco a pouco pavimentando o caminho rumo à aprendizagem autodirigida e em comunidade.
Com elas, a gente consegue sair do terreno do discurso e vai para a prática. É assim que se transforma uma cultura ao longo do tempo, um experimento por vez.
Eu sempre tive vontade de fazer uma sistematização viva desses artefatos todos, que podem ser úteis tanto em “solos pedregosos” (ambientes arredios à autodireção) quanto em territórios já mais férteis.
Descrevê-los, lapidá-los e juntar todo mundo para ir nutrindo essa base de conhecimento junto.
Aproveitando que hoje é o último dia de inscrições do MoL Academy 2022, eu tive uma ideia: e se a gente fizesse um workshop com todos os integrantes da comunidade MoL com o intuito de gerar novas “táticas de guerrilha” para infiltrar a aprendizagem autodirigida em contextos heterodirigidos?
Esse workshop vai acontecer. E será apenas para os membros da comunidade do MoL, inclusive quem se inscrever na turma cujas inscrições encerram hoje.
Ficou interessado? Então corre porque o tempo está acabando:
https://alexbretas.com/molacademy
Obs.: para ativar o desconto de 20%, é só inserir o cupom FOREVER20 na tela onde você coloca seus dados.
Já estou no MOL e quero muito me inspirar mais para "infiltrar a aprendizagem autodirigida em contextos heterodirigidos" Passo o dia inteiro conversando com professores, coordenadores pedagógicos, alunos, sugerindo outros caminhos, outras formas de pensar a aprendizagem, estou fazendo pequenas e frequentes mudanças nos cursos da Companhia de Idiomas e da Verbify. E o aluno diz: Eu prefiro quando o professor "dá a aula", explicando tudo. Eu prefiro que vocês me digam o que eu tenho de fazer, o que é obrigatório. Ou seja, preferem como sempre foi. Só que não se engajam. Como "desimpregnar" as crenças escolarizantes? Continuo aqui, aprendendo, compartilhando, construindo com as pessoas. Acho que ao escrever aqui, eu mesma vou encontrando uma possível resposta - leva tempo, não pode ser imposto, e estou criando o ambiente de testes.