Como As Histórias Que Você Se Conta Te Alteram Profundamente (Às Vezes Sem Você Perceber)
Reflexões a partir de uma frase incrível do Ben Okri
“Preste atenção nas histórias que você lê ou conta; sutilmente, à noite, sob as águas da consciência, elas estão alterando seu mundo” (Ben Okri)
Eu fiquei um tempo embasbacado olhando a tela ao ler a frase acima, do escritor nigeriano Ben Okri.
Nós acessamos uma infinidade de informações todos os dias, 365 dias por ano (muito mais do que conseguimos processar).
Conversamos com pessoas.
Interagimos nas redes.
Vemos as notícias.
Perdemos tempo no Instagram.
A partir dessas informações e de nossas próprias vivências e pensamentos, nós construímos histórias para extrair sentido do mundo.
E nós nos contamos essas histórias.
(Algumas delas, inclusive, assumimos como a mais pura verdade)
O que o Ben Okri está dizendo é que, nesse processo, é como se as histórias fossem nos cozinhando lentamente num caldeirão – nosso inconsciente.
Sim, é isso mesmo que você leu: a gente vai sendo cozido pelas histórias que nos circundam, igual carne de panela – quer a gente perceba ou não.
Achamos que essas narrativas são rasas como as ondas do mar, quando, na verdade, no nível do inconsciente, elas vão formando sedimentos num oceano profundo.
Não temos tanto controle sobre o que se forma na vastidão dos nossos mares internos.
Mas é a qualidade e o processamento das suas histórias que irá dizer, em última instância, se o fundo do seu oceano se parece mais com um recife de corais multicoloridos ou um grande acúmulo de plástico tóxico.
Obs.: aprendi a frase do Ben Okri na newsletter do James Clear.
E por aí, como está sendo o seu cozimento narrativo? Está satisfeito com ele?
Como você cuida das histórias que lê, presencia, vive ou (se) conta?
Me diga nos comentários! 🥘
Realmente contamos histórias o tempo todo para nós mesmo, será que são verdades? ou somente invenções das interpretações que fazemos do mundo e das coisas do mundo? acreditar nelas é o pior, pois, se nem sabemos se são verdadeiras ou nem mesmo percebemos que estamos contando elas e elas ganhando significados diversos dentro de nós, que historia mal contada é esta, e onde isto vai dar?
Muito profundo!
Sujeitar-se a essa infinidade de informações, sem processar, é como comer em abundância e sem mastigar.