É Indo Ao Encontro Do Outro Que Tenho Notícias De Mim
Superando um vício do autoconhecimento
A frase que intitula este post – “é indo ao encontro do outro que tenho notícias de mim” – me marcou profundamente desde que a ouvi, semanas atrás.
É claro que momentos de solitude são importantes. Isso não está em questão.
Mas eu não sei se você já reparou como a galera do autoconhecimento ficou vidrada nessa coisa de “olhar pra dentro”.
(Como se apenas esse movimento pudesse cuidar das complexidades inerentes às relações sociais e dos contextos profundamente desiguais, opressores e ambíguos em que vivemos)
Faça sua meditação, mas não se esqueça da sua porosidade.
Fique em silêncio, mas vá atrás também das vozes que não são suas.
Analise suas questões, mas se abra para se ver nas questões do outro – e, sobretudo, para de fato enxergar esse outro (para além de suas questões, que não o definem).
Encontros e relações marinadas com o tempero da autenticidade podem revelar o que nenhuma posição de lótus conseguirá te mostrar.
Obs.: aprendi a frase-título deste post com a Layra. Obrigado!
Como chega pra você essa frase?
E até que ponto você tem ido ao encontro do outro (e tido notícias de si)?
Me conta nos comentários! 🪁
maravilhouso
Entendo aquele ser que só está conseguindo olhar pra dentro, um ser que chegou ao limite do sufocamento, da injustiça, da poluição, da vida onde acordamos e dormimos só pra pagar boleto.
Esse ser provavelmente se brindou de tal forma que ninguém nunca mais terá acesso ao seu núcleo.
Esse núcleo não inclui maldades, não inclui entreveros nem nada. É muito difícil....... às vezes dá vontade de desistir, no entanto, esse sofrimento todo não pode ser esquecido então ele se transforma em carapaças cada vez mais blindada e dura sem entender porque teve que passar por toda transmutação.