Como é que fomos criar uma cultura tão obcecada com o “desenvolvimento”?
Desde cedo, aprendemos que devemos nos desenvolver. Melhorar, aprimorar, trabalhar duro. Subir uma escada, ser medida por réguas.
(Afinal, o mar não tá pra peixe e eu preciso garantir o meu, não é mesmo?)
Esse apego ao “desenvolvimento” como finalidade primeira arrasa povos inteiros. Divide nações entre “desenvolvidas” e “subdesenvolvidas”. Gera traumas em estudantes. Cria corridas armamentistas.
Nós criamos estruturas lineares de pensamento e aí temos a audácia de tentar enquadrar o complexo (e o subjetivo) nelas.
Dá errado.
Quero propor um jeito de aprender, uma pedagogia – que é, sempre, uma forma de encarar a vida – corajosa o suficiente para nos deslembrar do desenvolvimento.
E, no lugar disso, nos relembrar do envolvimento.
Como é quando você vê alguém realmente envolvide com algo?
Os olhinhos brilhando.
O entusiasmo jorrando no corpo.
A psique a mil, sedenta por se encantar.
A fome de contribuir, para além de usufruir.
Desenvolvimento, minha gente, temos muito já – e isso está fazendo os desafios do planeta Terra, o único que habitamos, crescerem como bola de neve.
Envolvimentos, daqueles que acendem o Amor no quer que estejamos fazendo, tão em falta no mercado.
No aprendizado (e na vida), não se preocupe em melhorar.
Preocupe-se em se envolver.
✨ O que o verbo “envolver” provoca em você? O que te faz pensar ou sentir?
Faz sentido imaginar uma pedagogia do envolvimento? Que mudanças isso geraria na forma como pensamos a educação e a vida?
Me conta no comentários!
Tenho dificuldade com isso. Já fui para ambos os extremos, como negar o desenvolvimento ou negar o envolvimento, os dois deram errado.
Tô chegando numa síntese de que são os dois, em momentos (idealmente a maior parte do tempo?) os olhos brilhando 🤩, mas outros momentos a disciplina e o trabalho duro importam.
Ainda aprendendo a achar o ponto da corda, o equilíbrio no slackline…
Interessante sua reflexão, Alex! Curiosamente, essa é uma ideia que também me ocorre com frequência. Hoje, entendo que "é preciso se envolver para se desenvolver". Percebo que, geralmente, aprendo, evoluo e até compreendo melhor os movimentos/desenvolvimentos do que estou buscando aprender quando estou genuinamente envolvido com o tema. Abraço!