Uma enxurrada de parabéns que não dizem nada
De um design a favor da massificação para um design a favor da conexão
Ontem foi o meu aniversário: fiz 31 anos.
Via LinkedIn e Facebook, eu recebi uma enxurrada de mensagens que, honestamente, acrescentaram muito pouco à minha vida.
“Parabéns, Alex”, “Feliz aniversário”, “Felicidades” e por aí vai.
O design importa. Essas plataformas têm tornado interações massificadas e inexpressivas cada vez mais fáceis e convenientes.
As estratégias são variadas: likes, notificações, redução de fricção – de modo que o “Parabéns” já vem pré-escrito e fica literalmente a um clique de distância –, dentre outras.
Quanto de significado genuíno existe nessas interações pró-forma?
Além disso, quanto maior a oferta, menor tende a ser a percepção de valor.
Ler umas 100 mensagens contendo palavras decoradas que aprendemos a dizer desde pequenos me gera irritação em vez de alegria.
Mas eu sei que o problema não são as pessoas, e sim as plataformas.
Como seria um design que, em vez da massificação, estivesse a favor da real conexão?
Obs. 1: dizem que o Orkut está voltando. Saudade dos testimonials “quentinhos” que rolavam por lá...
Obs. 2: saiu a minha participação no podcast Leader in the jungle, fruto de uma conversa minha com o Bruno Leonardo da Witseed sobre os sinais de uma cultura de aprendizagem autodirigida nas organizações. Clique aqui para ouvir no Spotify.
Curioso. Se por um lado eu compreendo a sua irritação e até concordo com ela em certa medida - já que acho o atual modelo das redes sociais em grande parte um problema - por outro, acredito que vale a intenção, mesmo quando as palavras estão ao alcance de um clique. Isso sim (a intenção) é difícil filtrar. Infelizmente (ou não, sei lá), não há como saber quem genuinamente estava presente de coração ao dar parabéns ou desejar felicidades. Falando por mim: gosto (genuinamente) de dar e receber felicitações nos aniversários, e faço isso justamente porque, creio, se trata de uma excelente oportunidade de (re)conexão. Eu, como você, acredito nelas - as conexões. E um dos pontos mais positivos de redes como o Facebook, para mim, é justamente me lembrar os aniversários de muitas das pessoas de quem gosto, porque minha memória é ruim para datas. Como não gosto de depender das redes, de uns dois anos para cá, sempre que o Facebook me lembra, anoto as datas nos contatos telefônicos, para guardá-las de forma mais independente. E adoto por prática um contato mais direto, via WhatsApp ou mensagem, para falar com as pessoas com quem sinto maior grau de afinidade ou proximidade. Para algumas outras, de quem nem mesmo tenho o contato telefônico, mando parabéns, felicidades e outros desejos positivos pelas redes mesmo. De coração. Quem sabe daí não resgato uma boa conexão? :-) Grande abraço, meu caro! E perdão pelo "textão".