Sem essa de ler X livros por ano.
Você precisa encontrar as leituras que realmente te fascinam, sem se preocupar com quantidade. Isso não significa somente ler coisas “fáceis”.
Eu lembro do momento em que me percebi realmente mandando bem no inglês. Eu tinha me encantado com um método de facilitação de grupos, o World Café. Devia ter uns 20 anos.
A tese de doutorado da criadora do método era tudo, menos fácil. E era em inglês.
Mas eu estava visceralmente apaixonado por aquele tema e, por isso, investido no aprendizado.
Eu li como se não houvesse amanhã, com o dicionário do lado. As palavras dela eram música para os meus ouvidos.
Foi meu curso avançado de língua inglesa.
Com frequência, as pessoas leem pelas razões erradas.
Elas leem porque acham que “deveriam” ler.
Ou escolhem os autores ou as autoras (ou os tipos de leitura) que acham que “deveriam” escolher.
Ou leem freneticamente rápido porque “deveriam” estar lendo mais.
Ou se submetem a rotinas rígidas e excruciantes de anotação porque isso é o que “deveriam” fazer quando leem.
Tudo isso são as crenças escolarizantes – já introjetadas.
Tudo isso é primo do “ler só pra passar na prova” ou “ler para o vestibular”.
O hábito de leitura só é capaz de ganhar corpo quando existe tesão, curiosidade, propósito.
Não é obrigando as crianças a lerem Machado de Assis que alcançaremos isso.
Obs. 1: ler X livros por ano é um exemplo clássico de uma meta – e, como eu disse no meu último post, não sou muito fã delas.
Obs. 2: para fazer frente aos inúmeros cursos de “leitura rápida” ou “leitura dinâmica” que vejo por aí, talvez um dia eu crie um curso de leitura (intencionalmente) lenta...
Seguramente me inscreverei no curso de leitura (intencionalmente) lenta
Top esse post Alex. Maratonei pacas o ano passado, mas meu foco neste 2023, é ir devagar! ;)