Já parou pra pensar que é impossível resumir uma poesia?
Não faz sentido algum.
Ler poesia é sobre a experiência altamente subjetiva, estética, emocional e, eu arriscaria dizer, sublime de se conectar com as palavras e com quem as criou.
Pois bem: eu penso que esse efeito de realidade intensificada que se vive ao ler poesia também ocorre, de certo modo, em qualquer leitura.
Mesmo se for um livro de não ficção. Mesmo se for um livro cheio de informações técnicas – se você estiver lendo pelas razões certas, claro.
Os resumos de livros que pipocam na internet até podem ser úteis em situações específicas, mas a maioria deles recorta tanto o texto original a ponto de não sobrar nada justamente daquilo que confere um sabor único à leitura:
Histórias
Descrições
Diálogos
Rodapés
A vulnerabilidade do autor ou autora
O suco é todo extraído, só sobra o bagaço.
Eu sei disso também por já ter visto resumos de livros meus por aí. Não fazem muito sentido.
Se fosse apenas pra escrever conclusões, eu teria feito uma lista de BuzzFeed, não um livro.
Da forma como vejo, a leitura não é somente um meio de “adquirir” informações – ela causa um efeito vibracional em você.
E é esse efeito que te arrebata. É esse efeito que te faz querer ler mais e que te conecta de maneira muito íntima a quem está do outro lado, generosamente sustentando aquele diálogo contigo.
Resumos em geral são opacos. Ler pressupõe se deixar atravessar pela luz.
Que bacana receber essa news.
Eu nunca tive hábito de ler resumos pq eu sempre achei que a experiência do livro acontece, pasme, lendo ele todo. A mágica está na leitura completa.
"Ler pressupõe se deixar atravessar pela luz." vai ser minha citação da semana.