Como se libertar do "tenquismo" e reinventar a aprendizagem
🚫 “Tenquismo" é a mania do "tem que".
Ela te impacta em 3 níveis:
Na sua relação consigo mesme ("tenho que...")
Nas suas relações com outras pessoas ("ela/ele/você tem que...")
Ambas acima mediadas pela cultura do tenquismo ("nós temos que...", “eles/elas têm que…”)
Algumas variações do "tenho que..." são "eu devo..." ou, pior, "eu deveria..." – esta última é curiosa, pois já denuncia uma vontade sorrateira na direção contrária 🫢
É provável que, racionalmente, você já saiba que "ninguém tem que nada".
O problema é que nossas atitudes nunca são plenamente racionais (que bom, na verdade).
🖼️ Hábitos, contextos, traumas, as narrativas que repetimos para nós mesmes, os scripts culturais e as estruturas sociais, tudo isso entra na conta.
E aí, por conta dessas coisas todas, a gente acaba reproduzindo o tenquismo sem nem perceber.
Quer um exemplo?
Depois de secar o cabelo, minha namorada sempre deixa a escova jogada na cozinha (é um dos poucos lugares perto do nosso único espelho de corpo inteiro que tem uma tomada de 220 volts).
Antes, eu ficava insistindo com ela para guardá-la. Era chato pra mim e pra ela 🫤
Até que eu percebi que guardar a escova de volta no armário era algo importante PRA MIM – e não necessariamente pra ela.
(Cá entre nós, ninguém morreria se a escova permanecesse lá)
A partir dessa constatação, eu comecei a guardar a escova. Com amor, sem reclamar, pois é algo que cuida da minha necessidade de organização.
Percebe?
Para vencer o tenquismo, não adianta só parar de usar os velhos mecanismos da obrigatoriedade e da coerção.
É essencial também abandonar o que eu chamo de "convites constrangedores" – que se vestem nas cores da manipulação, da insistência, do moralismo, das punições e recompensas, dos "conselhos" e de toda sorte de estratégias que até tentam disfarçar, mas no fundo continuam sendo tentativas de controle 🥀
🗝️ Mudar essa chavinha não é fácil.
Requer um chacoalhão nas nossas visões de mundo – em especial, nas nossas concepções de aprendizagem e educação, radicalmente colonizadas pelo tenquismo.
No entanto, essa é a transformação básica para sair de um paradigma educacional heterodirigido e chegar na aprendizagem (e na vida) autodirigida.
A partir daí é que podemos sonhar com reinvenções (e não apenas reformas) nos sistemas de educação corporativa, universitária e escolar 👩🏻🏫
Mas, se não é só com a racionalidade que faremos isso, como é que faz?
"Não é necessário mudar uma pessoa para mudar seu comportamento. Basta mudar seu ambiente" (James Clear)
O antídoto para o tenquismo é um ambiente/contexto onde “tudo é convite”.
Uma comunidade que pratica o cuidado que liberta.
E é isso que vivemos no Mol.
🌟 Se você quer aprender a desinstalar o tenquismo e a reinventar os sistemas educacionais a partir da autodireção, então eu te convido a vir para o Mol³.
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Obs. 1: “tenquismo” foi uma expressão que surgiu no primeiro encontro do Mol Universidade Livre BH.
Obs. 2: “cuidado que liberta” é um termo que está no meu livro Doutorado Informal e que aprendi com meu querido amigo André Gravatá.
Obs. 3: algumas pessoas podem pensar que, sem um mínimo de tenquismo, tudo fica meio “solto”, “sem estrutura”, “bagunçado” ou “fácil demais”. O ponto é que, ao respirarem autonomia, as pessoas não ficam simplesmente ao léu: elas criam seus caminhos, se comprometem com aquilo que faz sentido pra elas e moldam modos de proceder e de se relacionar que as alavancam nesse processo.