Áreas de treinamento e desenvolvimento que se comportam como “tiradoras de pedido” contribuem para manter uma cultura de aprendizagem heterodirigida na organização.
Eu vou lá no RH e peço pra contratarem um curso para a minha equipe. Solicito um treinamento, uma plataforma, uma consultoria, um palestrante, um guru. E o T&D obedece prontamente, às vezes demorando meses para concluir o processo – quando ocorre a entrega, a área demandante já está com a cabeça em outro lugar.
Isso é pura educação bancária, como já nos alertava Paulo Freire. A educação como uma transação, um serviço de “depósito” de conhecimentos, algo como “Você Vem Aqui E Com A Sua Varinha Mágica Resolve Todos Os Meus Problemas”.
O RH precisa ser catalisador de uma cultura de aprendizagem autodirigida e ao longo da vida na empresa. Em cada área de negócio, podem existir pessoas embaixadoras dessa cultura. Essas pessoas têm a compreensão profunda de que nada substitui um real percurso de descoberta. E elas sabem utilizar as arquiteturas de aprendizado autodirigido para que isso aconteça.
O papel do T&D? Conectar e apoiar essas pessoas. Liderar a transformação da cultura. E, de vez em quando, tirar um pedido.
Obs.: já está no Youtube a palestra “Aprendizagem que Cura” que dei ontem na ABRH-ES. Link aqui.
Acho que um bom começo para as empresas seria promover conversas entre os funcionários, com o intuito de estimular networking, investigar interesses e compartilhar conhecimentos. Adorei a ideia dos embaixadores! E estou amando receber, via email, esses conteúdos menores, de leitura mais dinâmica, cheios de insights. :)