Dia desses no Uber, uma grandessíssima amiga, daquelas que você compartilha as minúcias da vida, respondeu de maneira xôxa quando eu contei sobre o céu do Pará. Não era qualquer céu – eu estava num barco atravessando possivelmente mais de um rio e o céu ali se dividia em dois, um avermelhado do lado esquerdo e outro azulado do lado direito. Eu contemplava aquele momento com as pupilas brilhantes de uma criança, estupefato com o tamanho daquela beleza e daquele mistério.
Alex, não acho que palavrões sejam necessários, mas é coisa minha. Na 2a feira, em um encontro virtual sobre um livro de uma monja, um participante soltou um "caralho" no comentário. Veio um mal estar mental que passou após focar no sentido do que ele dizia. Acho que o palavrão pode aproximar ou distanciar, mas é questão de escolha de como ou quando usá-lo ou não usar e pronto. O palavrão trouxe uma intensidade no seu modo de expressar, para você. Para mim, bastou tentar ser os seus olhos enxergando tudo aquilo naquele momento. Deu vontade de ver o céu que vc viu. De estar no Pará, agora.
Sobre entusiasmo eu penso sobre o motivo de compartilhar. E se nos mantivéssemos conosco, com todo a emoção, alegria, luz, a preencher o peito? Seria menor se não houvesse com quem compartilhar?
Sobre a pergunta. "E se uma comunidade de aprendizagem fosse feita de entusiasmos compartilhados?" Tá aí, acho que há de se ter cuidado com o entusiasmo porque ver outras pessoas tão entusiasmadas pode gerar inveja, sentimento de fracasso ou de desânimo por estar tão longe do entusiasmo que as outras pessoas sentem. Tudo questão de sensibilidade e alteridade, mas, reforço a necessidade de cuidado.
O que sempre me chamou atenção em você foram os chamados as reflexões autênticas. Já pensei muito no entusiasmo de forma individual, sou contagiada com facilidade por esse tal, adoro pegar um Uber mergulhada no meu celular e de repente o motorista joga um assunto pertinente, imediatamente abandono a janela digital e desenvolvo uma conversa acalorada e a viagem voa. Quando alguma amiga vai viajar, já sabem que adoro receber o diário de bordo, a experiência de uma entrevista de emprego por exemplo, quero saber detalhes sobre o ambiente, assuntos abordados, reações e expectativas. O MOL me deixou doida de entusiasmo e lá nasceram outras comunidades fantásticas. Mas o tempo para partilhar, engajar é muito pouco diante te tanto entusiasmo e isso é frustrante, e claro, se não dou, não recebo. Mas só de olhar o numero gigante de mensagens não lidas daquela comunidade, me dá uma felicidadezinha, ali têm um “lago”, é só chegar e mergulhar.
Tendo que lidar o tempo todo com mais de um idioma na minha cabeça eu faço uns testes: tento traduzir para engles ou italiano e "ascultar" se o conceito tem a mesma força nos outros idiomas. As ideias mais poderosas funcionam bem em qualquer língua!
Neste caso vc acabou de criar as RECs (Redes de Entusiasmo Compartilhado em portugues ou Reti di Entimusiasmo Condiviso em italiano) que viram SENs (Shared Enthousiasm Networks) em inglês. Funciona!!
Desculpe se o nerd italiano aqui acabou com tanta poesia que vc tinha acabado de criar no seu testo ... 😀
Amei!
Alex, não acho que palavrões sejam necessários, mas é coisa minha. Na 2a feira, em um encontro virtual sobre um livro de uma monja, um participante soltou um "caralho" no comentário. Veio um mal estar mental que passou após focar no sentido do que ele dizia. Acho que o palavrão pode aproximar ou distanciar, mas é questão de escolha de como ou quando usá-lo ou não usar e pronto. O palavrão trouxe uma intensidade no seu modo de expressar, para você. Para mim, bastou tentar ser os seus olhos enxergando tudo aquilo naquele momento. Deu vontade de ver o céu que vc viu. De estar no Pará, agora.
Sobre entusiasmo eu penso sobre o motivo de compartilhar. E se nos mantivéssemos conosco, com todo a emoção, alegria, luz, a preencher o peito? Seria menor se não houvesse com quem compartilhar?
Sobre a pergunta. "E se uma comunidade de aprendizagem fosse feita de entusiasmos compartilhados?" Tá aí, acho que há de se ter cuidado com o entusiasmo porque ver outras pessoas tão entusiasmadas pode gerar inveja, sentimento de fracasso ou de desânimo por estar tão longe do entusiasmo que as outras pessoas sentem. Tudo questão de sensibilidade e alteridade, mas, reforço a necessidade de cuidado.
Grato pelo texto!
A-M-E-I
O que sempre me chamou atenção em você foram os chamados as reflexões autênticas. Já pensei muito no entusiasmo de forma individual, sou contagiada com facilidade por esse tal, adoro pegar um Uber mergulhada no meu celular e de repente o motorista joga um assunto pertinente, imediatamente abandono a janela digital e desenvolvo uma conversa acalorada e a viagem voa. Quando alguma amiga vai viajar, já sabem que adoro receber o diário de bordo, a experiência de uma entrevista de emprego por exemplo, quero saber detalhes sobre o ambiente, assuntos abordados, reações e expectativas. O MOL me deixou doida de entusiasmo e lá nasceram outras comunidades fantásticas. Mas o tempo para partilhar, engajar é muito pouco diante te tanto entusiasmo e isso é frustrante, e claro, se não dou, não recebo. Mas só de olhar o numero gigante de mensagens não lidas daquela comunidade, me dá uma felicidadezinha, ali têm um “lago”, é só chegar e mergulhar.
Profundo e poderoso como sempre Alex.
Tendo que lidar o tempo todo com mais de um idioma na minha cabeça eu faço uns testes: tento traduzir para engles ou italiano e "ascultar" se o conceito tem a mesma força nos outros idiomas. As ideias mais poderosas funcionam bem em qualquer língua!
Neste caso vc acabou de criar as RECs (Redes de Entusiasmo Compartilhado em portugues ou Reti di Entimusiasmo Condiviso em italiano) que viram SENs (Shared Enthousiasm Networks) em inglês. Funciona!!
Desculpe se o nerd italiano aqui acabou com tanta poesia que vc tinha acabado de criar no seu testo ... 😀